A cidade de São Paulo, nas últimas semanas, tem sido palco de um debate político: a questão do crack. Após a decisão do governador Geraldo Alkmin de enviar a polícia militar à Cracolândia, dado o modo como a polícia agiu, dado o modo como isso foi encarado pelos diversos segmentos da sociedade civil, uma bomba explodiu. Hoje, nos jornais, já podemos ver uma polarização política sobre a questão. Um lado diz que é um problema de segurança pública, outro lado diz que é um problema de saúde pública, há quem diga que os dois lados deviam parar de se digladiar e se unir em prol da questão. Jornais anunciam novas(?) cracolândias para ricos e para pobres. Dizem que os usuários se espalharam. Os comentários na internet vão desde os mais elaborados e preocupados até os mais extremistas exigindo a morte (pela polícia) tanto de usuários como traficantes.
Há algumas semanas atrás, foi postado aqui um texto que tinha como base uma crítica à especulação imobiliária. Criticava-se o modo como ela está sendo usada na cidade sob o título de desenvolvimento econômico.
Por trás de todo o movimento em torno da Cracolânida temos um projeto de “revitalização” do bairro da Luz. O projeto Nova Luz. Projeto este que combina prédios comerciais com espaços de cultura e lazer, acreditando, ser esta, uma “saída” para se dar vida novamente (revitalizar) o bairro da Luz.
Neste movimento disforme de forças desproporcionais, há um grito. Existem representantes da sociedade civil que não estão nos discursos políticos, que não estão na pauta dos partidos, que não estão vinculados a nenhum órgão do governo, mas que, através de suas próprias mãos propõe um olhar mais humanitário para as políticas de desenvolvimento da cidade. A cidade deve, ou pelo menos, deveria ser pensada para as pessoas que nela moram.
Nesse link, pode ser visto o documentário de Paula Ribas (jornalista e fundadora da Associação Amo a Luz), Simone Gatti (arquiteta e urbanista) e Raquel Rolnik (urbanista, professora e relatora especial da ONU para o direito à moradia):
Um grande abraço a todos!
Instituto Visio de Análise e Pesquisa